É possível demonstrar somente no livro de Daniel as 28 doutrinas bíblicas fundamentais da Igreja Adventista do Sétimo Dia?
1. AS ESCRITURAS SAGRADAS. Daniel exaltava a Palavra de Deus todas as vezes que Deus lhe revelava Sua vontade. É possível identificar a exaltação da Palavra de Deus em cada capítulo de Daniel (Dn 1:8, 9).
2. A TRINDADE. Em Daniel, é possível visualizar a atuação da Trindade: Deus no trono do Universo, tendo sob Seu controle todos os reinos e impérios, estabelecendo e removendo reis (Dn 2:21). Deus o Pai é o provedor e fonte da redenção; Jesus, o Filho do homem, está no trono da graça intercedendo por nós diante do Ancião de Dias. Deus o Filho é o realizador da nossa salvação na cruz do calvário (Dn 7:13; 9:26). Jesus efetuou nossa redenção; o Espírito Santo está no trono do coração humano. E deu a Daniel o Seu poder (Dn 4:7, 8). O Espírito Santo aplica a salvação à nossa vida (Dn 4:37).
3. DEUS PAI. Daniel exalta a pessoa de Deus o Pai (Dn 2:23; 5:23; 9:4; 7:9). Por meio do testemunho de Daniel e de seus companheiros, tanto Nabucodonosor quanto Dario também exaltaram a Deus (Dn 3:28-30; 4:34-37; 6:25-28). O nome de Deus é bendito para todo o sempre (Dn 2:20). O povo de Deus se chama pelo Seu nome (Dn 9:19).
4. DEUS FILHO. Daniel exalta Jesus na pessoa de Miguel (Dn 10:13, 22; 12:1). Na literatura Bíblica, Miguel é introduzido em Daniel 10:13, 21 e 12:1 e reaparece em Judas 9 e Apocalipse 12:7. Em Daniel 7, Jesus é o Filho do homem.
5. DEUS ESPÍRITO SANTO. Daniel tinha o “Espírito do Deus Santo”. A versão de
Teodócio diz: “Que tem em si o Santo Espírito de Deus.” Quem reconhece esse fato não é Daniel, mas Nabucodonosor (Dn 4:8, 9). Nada é difícil para quem tem o Espírito Santo. Em Daniel 9, Daniel ora por si e pelo povo. Reconhece o pecado do seu povo e é inclusivo ao pedir perdão. Quem nos convence do pecado, da justiça e do juízo? (Jo 16:8).
Teodócio diz: “Que tem em si o Santo Espírito de Deus.” Quem reconhece esse fato não é Daniel, mas Nabucodonosor (Dn 4:8, 9). Nada é difícil para quem tem o Espírito Santo. Em Daniel 9, Daniel ora por si e pelo povo. Reconhece o pecado do seu povo e é inclusivo ao pedir perdão. Quem nos convence do pecado, da justiça e do juízo? (Jo 16:8).
6. A CRIAÇÃO. Como Criador, Deus muda os tempos e as horas, revela o profundo e o escondido, conhece o que está nas trevas, e com Ele mora a luz. Deus está nos céus (Dn 2:20-22, 28).
7. A NATUREZA DO HOMEM. Daniel não fala sobre os detalhes da natureza do homem, mas enaltece o fato de que Deus é Todo-Poderoso e o homem é especial para Deus, porém, limitado e dependente dEle. Para Daniel, é Deus quem dá conhecimento, inteligência, cultura e sabedoria. O homem não é um fim em si mesmo (Dn 1:17). É de Deus toda a sabedoria e força (Dn 2:20). É Deus quem dá o reino, o poder, a força e a majestade a Nabucodonosor (Dn 2:37). Para Nabucodonosor, enquanto ele era rei de reis, o Deus de Daniel era Deus dos deuses e Senhor dos reis. Deus envia Seus anjos para nos erguer quando caímos (Dn 8:17, 18; 10:8-10). Em Daniel, fica claro que Deus ama o homem (Dn 10:11, 19). Sem auxílio de mãos, Deus estabelecerá o Reino de Seus filhos. Deus não está dizendo que não precisa dos homens, mas que o mais importante é confiar em Seu poder (Dn 1:45).
8. O GRANDE CONFLITO. No decorrer da história e a da profecia, há um grande conflito entre o bem e o mal. É Possível identificar o grande conflito em cada capítulo do livro de Daniel:
Existe uma dieta pagã e uma dieta divina (Daniel 1).
Existem reinos e impérios deste mundo e o reino eterno de Deus (Daniel 2).
Existem os deuses e o Rei de reis e o Senhor dos Reis (Daniel 2:37, 47).
A verdadeira adoração e a falsa adoração. A música divina e a música humana (Daniel 3).
A grandeza do homem e a grandeza de Deus (Daniel 4).
A resposta dos astrólogos e a resposta de Deus (Daniel 1 e 5).
O Leão da tribo de Judá e o leão que deseja nos tragar (Daniel 6).
O chifre pequeno e o Altíssimo (Daniel 7).
Um santuário pisado pelos homens e purificado por Deus (Daniel 8).
O pecado do homem e o perdão de Deus. O homem se degenera e Deus restaura (Daniel 9).
Uma guerra entre o príncipe do reino da Pérsia e o príncipe Miguel. Uma luta entre o anjo Gabriel e Lúcifer (Daniel 10).
Uma batalha final (Daniel 11).
Os purificados, embranquecidos e provados e os ímpios procedendo impiamente diante de suas respectivas heranças (Daniel 12:10, 13).
9. VIDA, MORTE E RESSURREIÇÃO DE CRISTO. Quase no fim dos 490 anos tirados dos 2.300 anos proféticos, mais precisamente no ano 31 de nossa era, Jesus morre na cruz do calvário para nos salvar e fazer cessar todos os sacrifícios cerimoniais. Daniel nos diz que Jesus é Filho do homem, à destra de Deus, intercedendo por cada um de Seus filhos (Dn 7:13). Fica subentendido no texto Bíblico que Jesus ressuscitou, pois, em outra cena, posterior à morte dEle, Ele é visto no Céu, numa cena de julgamento. Em Daniel 12, Miguel é o instrumento divino para proteger os Filhos de Deus e ressuscitá-los (Dn 12:2). Jesus só pode ressuscitar porque Ele ressuscitou primeiro.
10. A EXPERIÊNCIA DA SALVAÇÃO. O livro de Daniel fala de salvos e perdidos: os sábios deste mundo e os sábios segundo Deus (Dn 1:20). O rei Belsazar se perdeu, mas Nabucodonosor se salvou (Dn 5:30; 4:37). Na mesma cova dos leões, Daniel foi preservado e seus acusadores destruídos (Dn 6:22, 24). O chifre pequeno é queimado pelo fogo e os santos do altíssimo recebem o reino (Dn 7:11, 18). A conversão de Nabucodonosor é um exemplo do que a salvação faz na vida das pessoas. Nasce o reconhecimento de que todas as obras de Deus são verdade e os Seus caminhos são justos (Dn 4:33-37). Muitos viverão eternamente e muitos serão condenados à vergonha e ao desprezo eterno (Dn 12:2). Os salvos são sábios e resplandecem como o fulgor do firmamento (Dn 12:3). Os salvos ensinam a justiça; essa é a missão deles (Dn 12:3). Deus concede graça a Seus filhos, por Seu amor e desejo de salvar (Dn 9:24; 490 anos de graça).
11. A IGREJA. Daniel nos mostra que Deus tem um povo. Esse povo o representa aqui na Terra. Daniel, Sadraque, Mesaque e Abede-nego fazem parte do povo de Deus. O livro de Daniel nos fala repetidamente sobre o estabelecimento do Reino de Deus. Esse reino é formado por sua Igreja. A Igreja de Deus no livro de Daniel é chamada de “povo santo do Altíssimo” (Dn 7:18, 27). A Igreja de Deus se aproxima, a cada dia, do Reino a partir do momento que prega as verdades restauradas após 1844 (Dn 8:14).
12. O REMANESCENTE E SUA MISSÃO. Daniel nos ensina que existiria um povo remanescente que jamais abriria mão da verdade e lutaria por ela. O próprio Daniel é o melhor exemplo. Ele cria inabalavelmente que Deus é o Senhor de todas as respostas. Ele revela o profundo e o escondido. Pessoas como Daniel são cada vez mais raras. Existe apenas “um resto”. Sadraque, Mesaque e Abede-nego também criam que Deus liberta Seus filhos e anda com eles em meio ao fogo (Dn 3:17). O remanescente tem uma missão: ensinar a justiça (Dn 12:3).
13. UNIDADE NO CORPO DE CRISTO. Não podemos ter dúvidas da unidade desses jovens hebreus, representando com brilho a unidade no corpo de Cristo. A unidade é o mais poderoso testemunho que a Igreja pode oferecer. A unidade ajuda o mundo a discernir os genuínos cristãos. Eles não eram iguais, mas eram unidos no propósito de glorificar a Deus e exaltar Seu nome (Dn 1:12; 2:16-18; 3:16-18). Há força e poder na unidade. A fonte da unidade é Jesus.
14. O BATISMO. Daniel não nos fala diretamente sobre o batismo. Mas nos fala dos resultados de uma vida entregue a Jesus. Partindo da visão das 2.300 tardes e manhãs e chegando ao seu cumprimento profético, já em nossos dias, podemos ver que o batismo por imersão é restaurado como verdade evangélica (Dn 8:14). A unção de Jesus está profundamente relacionada com o batismo dEle. Daniel diz que o Ungido seria “cortado”. Jesus foi ungido por ocasião do Seu batismo (Lc 3:21, 22; 4:18, 19; At 10:37, 38).
15. A CEIA DO SENHOR. Daniel não menciona a Ceia do Senhor como a praticamos, mas é como se mencionasse. Daniel não fala do lava-pés, mas demonstra a importância de um coração humilde e submisso, que abandona o orgulho (Dn 5:22; 4:32, 37). Todos os feitos maravilhosos são atribuídos a Deus de forma humilde e graciosa (Dn 2:27, 28). Daniel não fala de Jesus como o pão da vida, mas fala de Jesus o erguendo quando fraco, sem energia, sem forças (Dn 10:5-11). Daniel não fala de Jesus como o vinho, mas fala do sangue de Jesus derramado na cruz do calvário por cada um de nós (Dn 7:27). Ele fala do lugar em que estaremos para sempre com Aquele que disse: “Desta hora em diante, não beberei deste fruto da vide, até aquele dia em que o beba de novo convosco no reino de Meu Pai” (Mt 26:29; veja Dn 2:44; 6:26; 7:27; 12:1-3,10, 13).
16. DONS E MINISTÉRIOS ESPIRITUAIS. Os dons espirituais são habilitações especiais dadas por Deus a Seus filhos, preparando-os para serem úteis à Igreja no cumprimento da divina missão que ela recebeu. Daniel possuía muitos dons: o dom do conhecimento (Dn 1:17); o dom da sabedoria (Dn 1;17); o dom profético (todos os sonhos e visões que Daniel teve demonstram isso); o dom do discernimento de espíritos (Dn 2:27); o dom da liderança (Dn 1:21; 2:48; 4:9; 5:29; 6:28); o dom da misericórdia (Dn 9:3-23); o dom missionário (Dn 1:1-4); o dom da oração (Dn 2:16-19; 6:10; 9); o dom do serviço (Daniel estava em Babilônia a serviço de Deus; Dn 6:20). Os dons espirituais se manifestam no serviço de amor.
17. O DOM PROFÉTICO. Daniel era um profeta de Deus com evidências substanciais: sua mensagem se harmonizava com a Palavra de Deus (compare Daniel e Apocalipse); as predições se cumpriram com precisão matemática (Dn 4 e 5; 7:25; 8:14); Daniel reconhecia que Jesus viria em carne (Dn 9:27); a vida dele produzia frutos excelentes – aliados e inimigos reconheciam isso (Dn 2:46-49; 4:8, 9; 5:10-12; 6:3-5; 6:26; 9:23; 10:11; 12:13).
18. A LEI DE DEUS. Daniel nos orienta profeticamente e diz que um poder surgiria de Roma e mudaria os tempos e a lei (Dn 7:25); Daniel reconhece que o cativeiro Babilônico se deu devido à desobediência à lei de Deus (Dn 9:4, 5, 7, 10, 11, 13); Daniel ensina que Jesus morreria na cruz do calvário, provando que a lei de Deus é perfeita e restaura a alma (Dn 9:27). “Foi para expiar a transgressão da lei pelo homem que Cristo depôs a Sua vida. Se a lei pudesse ser mudada, Jesus não precisaria ter morrido. Por Sua vida, honrou a lei de Deus, por Sua morte, a estabeleceu. Cristo não Se sacrificou para criar uma norma inferior, mas para que a justiça fosse mantida e a lei permanecesse imutável” (Parábolas de Jesus, p. 314). Daniel exalta a obediência e amplia o valor da lei de Deus, deixando claro que, no reino eterno, viveremos uma vida de obediência (Dn 7:27); Daniel relacionou a desobediência com rebeldia e com o ato de não caminhar segundo a lei de Deus (Dn 9:9, 10).
19. O SÁBADO. A palavra “sábado” não é mencionada no livro de Daniel. Entretanto, como o sábado é o quarto mandamento da Lei de Deus, e no contexto profético seria rejeitado e mudado pelos desobedientes, visualizamos esse santo dia em Daniel 7:25. Só Deus pode mudar os tempos e as horas (Dn 2:21). De certa forma, mudar o dia de adoração do sábado para o domingo é mudar um “tempo fixo” (tradução literal possível do original) e adiantar em 24 horas o dia separado para a adoração exclusiva.
20. MORDOMIA. Daniel era um mordomo/administrador fiel. Daniel era fiel no uso do tempo – ele separava tempo inegociável para Deus, mesmo diante das perseguições. Ele orava, rogava a Deus, jejuava e se arrependia de seus pecados e dos pecados de Seu povo. Estudava a Bíblia (Dn 3:10, 11; 9:2, 3, 5, 18, 19). O corpo de Daniel era templo do Espírito Santo – ele tinha uma dieta Bíblica (Dn 1:8, 12, 13, 15, 16, 17, 20, 21). Daniel dedicava seus talentos (capacidades naturais) e dons (capacitação divina) – todas as potencialidades deles estavam voltadas para o progresso da obra de Deus: o dom do conhecimento (Dn 1:17); o dom da sabedoria (Dn 1;17); o dom profético (todos os sonhos e as visões); o dom do discernimento de espíritos (Dn 2:27); o dom da liderança (Dn 1:21; 2:48; 4:9; 5:29; 6:28); o dom da misericórdia (Dn 9:3-23); o dom missionário (Dn 1:1-4); o dom da oração (Dn 2:16-19; 6:10; 9); o dom do serviço (Dn 6:20). Daniel estava em Babilônia a serviço de Deus. Era um homem disponível, um “vaso” para o Senhor usar. Daniel reconhecia que todos os tesouros (recursos) pertencem a Deus – para Daniel a sabedoria e a força pertenciam a Deus (Dn 2:20). Deus dá sabedoria e força quando pedimos (Dn 2:23). Deus esmiúça todos os metais preciosos deste mundo com o estabelecimento de Seu reino eterno (Dn 2:45). Deus move os homens a conceder a Seus filhos grandes dádivas (Daniel 2:48; 5:29). As bênçãos e as respostas de Deus não estão à venda, mas são oriundas de Sua graça (Daniel 5:16, 17). Deus contraria os planos dos poderosos, quando estes não reconhecem que todo o ouro é dEle (analise a história da estátua de ouro, que representava Nabucodonsor [Dn 3:1]; em lugar de Nabucodonosor honrar a Deus com o ouro que possuía, conclamou os povos a adorarem o ouro, na forma de estátua (Dn 3:1-6). Deus espera que nos desfaçamos dos nossos pecados pela justiça, usando de misericórdia para com os pobres (Dn 4:27; a ideia não é se salvar pela prática de boas obras, mas nos desfazer das riquezas que nos conduzem à perdição, pois onde estiver o nosso tesouro, ali estará o nosso coração). Nossa honestidade e integridade moral podem nos levar a posições de destaque para a honra e glória de Deus e testemunho às nações e poderes deste mundo (Dn 6:1-5). A santa obsessão do povo de Deus é viver no reino eterno, nossa mais valiosa herança (Dn 7:18, 27; 12:13).
21. CONDUTA CRISTÃ. Como era a conduta cristã de Daniel? Sua conduta era intocável e honrava a Deus poderosamente. Na conduta cristã, vivemos por princípios. Ele era um templo vivo do Espírito Santo (Dn 1:8, 17, 20). Daniel pede legumes, verduras e água e rejeita bebidas alcoólicas (Dn 1:8, 12; 5:23). Daniel caminhava e contemplava a natureza (Dn 10:4). Ele estudava boa literatura e era culto (Dn 1:4, 17). O caráter dele era sua real beleza. Não era possível achar ocasião ou culpa contra ele (Dn 6:1-5).
22. MATRIMÔNIO E FAMÍLIA. Daniel fala sobre casamento e família? Muito pouco, mas o suficiente para nos abençoar! Daniel fazia parte das principais famílias de Judá. Entendemos que ele obteve uma base espiritual satisfatória desde a infância até a juventude. Vida espiritual saudável não é um acidente. Cremos que Daniel teve uma família “cristã”. Daniel nos fala de casamentos políticos (Dn 2:43; 11:17). Imagine reinos políticos querendo se manter, e, para tornar as coisas mais fáceis, a filha do rei da Grécia, por exemplo, se casa com o filho do rei de Babilônia, por motivos políticos, para manter os reinos em família e sólidos. Deus disse que essas coisas não funcionam. Será o mesmo que tentar unir ferro com barro. Há aqui uma lição espiritual a ser extraída: o texto está falando de junções políticas. Deus espera que Seus filhos jamais se casem por motivos errados. Você deve conhecer casais que são como ferro e barro, por não terem as bênçãos de Deus na vida. Casaram-se por motivos errados. Ou se casaram por motivos corretos, mas querem se manter por meio de instrumentos errados. Seja qual for a sua história, cuidado!
23. O MINISTÉRIO DE CRISTO NO SANTUÁRIO CELESTIAL. Daniel é o homem usado por Deus para fortalecer nossa fé com respeito ao ministério de Cristo no santuário celestial. Daniel nos ensina a respeito da unção e purificação do santuário celestial (Dn 8:13, 14; 9:24-27); Daniel nos concede uma visão do cenário em que está ocorrendo o juízo investigativo e suas consequências (Dn 7:9-28); Daniel também nos fala da vindicação do caráter de Deus e de Seu povo, culminando com a salvação (Dn 7 e 8); Daniel nos leva ao passado, quando o santuário começaria a ser profanado. Visto que nele visualizamos o plano da salvação, um plano rival surgiu obscurecendo o ministério de Jesus em nosso favor (Dn 7:23-26; 8:9-12). Daniel também nos leva ao futuro, e nos dá a certeza profética de que o mal será destruído e de que Jesus vai reinar (Dn 7:27; 8:25).
24. A SEGUNDA VINDA DE CRISTO. Daniel não diz com todas as letras “Jesus vai voltar”, mas diz a mesma coisa de forma diferente. Ele usa “sinônimos teológicos”. O Deus do Céu levantará um reino que jamais será destruído e será estabelecido para sempre (Dn 2:44); o reino e o domínio, e a majestade dos reinos debaixo de todo o céu serão dados ao povo dos santos do Altíssimo. O seu reino será um reino eterno, e todos os domínios o servirão e Lhe obedecerão (Dn 7:28); o Príncipe dos príncipes, sem esforço de mãos humanas, destruirá e quebrará todos os outros reinos (Dn 8:25); muitos viverão eternamente; refulgirão como as estrelas sempre e eternamente (Dn 12:2, 3).
25. MORTE E RESSURREIÇÃO. Daniel nos fala da morte e da ressurreição. Ele não dá uma aula teológica sobre a morte e a ressurreição, mas fala essencialmente de resultados práticos: os sábios, encantadores, mágicos, adivinhos já estão sentenciados à morte. Eles continuam a não ter respostas (Dn 2:8, 9). Os homens que jogaram os servos de Deus na fornalha de fogo ardente morreram (Dn 3:22). Belsazar, o homem que sabia, mas não quis, morreu (Dn 5:30). Os inimigos de Daniel foram jogados na cova dos leões, e foram estraçalhados em seus delitos e pecados (Dn 6:2). Muitos santos de Deus já descansam no pó da terra (Dn 9:26, 27). Muitos viverão eternamente, e muitos morrerão eternamente (Dn 12:2).
26. O MILÊNIO E O FIM DO PECADO. Daniel não usa a palavra “milênio”, mas fala sobre o que acontecerá durante o milênio. “E foi dado o juízo aos santos do Altíssimo, e chegou o tempo em que os santos possuíram o reino” (Dn 7:22). Os santos tomarão parte na obra de julgamento durante os mil anos (O Grande Conflito, p. 657, 658; 1Co 6:2, 3; Ap 20:4). O fim do pecado é notório nos escritos de Daniel: o reino de Deus jamais será destruído; após o juízo, os inimigos do povo de Deus serão destruídos, serão desfeitos até o fim (Dn 7:26); o mal será quebrado (Dn 8:25; 11:45); somos convidados a, juntamente com Daniel, irmos até o fim. Alguns descansarão no pó da terra, mas todos receberão a sua herança (Dn 12).
27. A NOVA TERRA. Daniel morreria, ressuscitaria e receberia a herança (Dn 12:13). Essas são as últimas palavras do livro e a última realidade histórico-profética. Qual é a herança de Daniel? O fruto do seu trabalho, o resultado de ser instrumento nas mãos de Deus: milhares e milhares de salvos, pelo poder da Palavra de Deus.
28. CRESCIMENTO EM CRISTO. Pela Sua morte na cruz, Jesus triunfou sobre as forças do mal. Ele subjugou os espíritos de demônios durante o Seu ministério terrestre e quebrou seu poder, tornando certo o destino final deles. A vitória de Jesus nos dá a vitória sobre as forças do mal que continuam procurando nos controlar, enquanto nós caminhamos com Ele em paz, alegria e temos a garantia do Seu amor. Agora o Espírito Santo mora conosco e nos dá poder. Continuamente comprometidos com Jesus como nosso Salvador e Senhor, somos livres do fardo dos nossos feitos passados. Não mais vivemos na escuridão, com medo dos poderes do mal, da ignorância e da falta de sentido de nosso antigo estilo de vida. Nessa nova liberdade em Jesus, somos chamados a crescer na semelhança de Seu caráter, comungando com Ele diariamente em oração, alimentando-nos de Sua Palavra, meditando nisso e em Sua providência, cantando Seus louvores, reunindo-nos juntos em adoração, e participando na missão da Igreja. À medida que nos entregamos ao serviço de amor àqueles que estão ao nosso redor e ao testemunho da salvação em Jesus, Sua constante presença vai conosco na missão da Igreja. Sua constante presença conosco por meio do Espírito transforma cada momento e toda tarefa numa experiência espiritual. Daniel e seus companheiros eram dez vezes mais doutos do que todos os magos e encantadores de Babilônia (Dn 1:20). As forças do mal não têm poder para revelar a verdade (Dn 2:10-12). Deus revela Sua vontade a Seus servos (Dn 2:19-28). Deus nos dá a vitória sobre as forças do mal (Dn 3:15, 24-30; 6:16, 18, 20, 26, 27; 8:25; 9:21; 10:21; 11:45; 12:1-3; 12:13). O mundo reconhece o caráter e a santidade dos filhos de Deus (Dn 4:8, 9; 5:11, 12). Os filhos de Deus O servirão e Lhe obedecerão eternamente (Dn 7:27).
Guilherme McPherson foi vítima de uma explosão aos 17 anos de idade, enquanto trabalhava em uma pedreira. Os médicos conseguiram salvar-lhe a vida, mas ele ficou sem braços e completamente cego. Sua grande frustração era não mais poder ler a Bíblia por si mesmo, tendo sempre que depender da boa vontade de outros. Certa ocasião, Guilherme ouviu o pastor de sua igreja relatar a experiência de uma idosa senhora entrevada que, não podendo mais segurar a Bíblia, a beijou, despedindo-se dela. A ideia de encostar os lábios na Bíblia levou Guilherme a crer que ele mesmo poderia voltar a ler as Escrituras se tão somente usasse a ponta da sua língua para aprender o método Braile de leitura para cegos. Durante muito tempo, Guilherme tocava com a ponta da língua e com os lábios os caracteres em alto relevo de sua Bíblia em Braile, para aprender a ler. Em muitas ocasiões, as páginas ficaram manchadas de sangue, pelas feridas provocadas por esse método incomum de leitura. Mas aos 46 anos de idade ele já havia lido quatro vezes a Bíblia completa para cegos, composta de 59 volumes grossos. A vida de Guilherme McPherson revela um amor incondicional às Escrituras Sagradas, que deveria ser imitado por todos aqueles que estão se preparando para a volta de Cristo.
O mundo em que vivemos se caracteriza pela globalização das informações, em que o fascínio pelo elemento visual está suplantando o conhecimento teórico da realidade. Mas, como cristãos adventistas, não podemos permitir que os recursos da mídia nos distanciem do conhecimento da Palavra de Deus. Precisamos voltar a ser reconhecidos como o “Povo da Bíblia”. Temos que enfrentar os dias finais da história humana, alicerçados sobre a Palavra de Deus (Is 40:8) e com o olhar fixo em Jesus, “o Autor e Consumador da fé” (Hb 12:2).
(Marcos Almeida Souza, diretor do Instituto de Desenvolvimento do Estudante Colportor [Idec], no Iaene e na Faama)
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